CENTRO HISTÓRICO DE GAIA: DE PROJECTO EM PROJECTO… ATÉ À CAMPANHA ELEITORAL!!! (PARTE X)
salvadorpereirasantos@hotmail.com
Regresso hoje ao “Masterplan” para me reportar pela primeira vez à sua quinta Unidade Operativa de Reabilitação (UOR), que se focaliza na Escosta e na Escarpa da Serra do Pilar e na frente ribeirinha situada entre a Ponte Luís I e o Cais do Areinho, onde se pode ler: (frente ribeirinha) «a riqueza natural e paisagística, a par do património e do edificado devoluto em condições de ser reabilitado, conferem a esta zona um forte potencial em termos de desenvolvimento turístico, pressupondo contudo a melhoria das acessibilidades e requalificação do espaço público»; (encosta da escarpa da Serra do Pilar) «zona bastante declivosa ocupada por caves do Vinho do Porto desocupadas e por unidades de habitação de génese ilegal (…) Devido à forte presença do Convento, esta zona deverá assumir-se como espaço de enquadramento».
Que eu saiba, até ao momento, no que diz respeito à frente ribeirinha a que se refere a quinta UOR do “Marterplan”, a Câmara Municipal ainda só teve imaginação e capacidade suficientes para anunciar a construção de um Parque de Estacionamento!... Ao mais disse… nada! Nem uma palavra sequer sobre as pontes, por exemplo. A Ponte das Barcas e a Ponte Pênsil são riqueza histórica simbólica que continua à espera que um qualquer vereador da Cultura (do Património e do Turismo…) com dois “dedos de testa” se dê conta das enormes vantagens de um “programa” que recupere, revitalize, projecte a sua memória, em conjugação com o elevado património “material” que representa a Ponte Luís I, ali ao lado, tão só e desprotegida, enquanto mais alguns metros atrás apodrece no esquecimento dos autarcas das duas margens do Douro uma verdadeira jóia da engenharia: A Ponte D.Maria!....
No que concerne à Encosta e à Escarpa da Serra do Pilar, as brilhantes cabeças que ocupam os cadeirões dos gabinetes de decisão da Autarquia gaiense optaram por nomear uma Comissão Técnica de Avaliação e Acompanhamento para a Requalificação daquela zona. Será mais um estudo a juntar a um outro elaborado há cerca de dez anos, onde se afirma claramente a necessidade de se proceder ao «arranjo paisagístico da Escarpa, à consolidação dos elementos naturais, à criação de espaços de lazer e de serviços públicos, à rectificação do traçado e perfil dos arruamentos existentes, à regularização do quadro edificado e à dotação de infra-estruturas convenientes à salubrização da zona». Enquanto se procedem a mais estudos e avaliações, ficamos na expectativa de que as suas conclusões e os trabalhos subsequentes ainda venham a tempo de salvar a Serra do Pilar e as vidas das pessoas que se expõem diariamente aos perigos de mais enxurradas e deslizamentos de terras na Encosta e na Escarpa!!!
A propósito das pessoas, e antes que a Autarquia faça tábua rasa do respeito pela dignidade humana e da salvaguarda dos direitos adquiridos pelos cidadãos que vivem na Encosta e na Escarpa da Serra, levando por diante a ameaça de demolir o parque habitacional ali existente, com o argumento de que “as casas são ilegais!”, gostaria de recordar que a nosssa memória cultural não é apenas constituída por Monumentos e Paisagens. As pessoas, as comunidades, são bens patrimoniais que acrescentam real valor aos Lugares! Há apenas que consolidar o que já existe de bom em cada Lugar e melhorar, requalificar, o que merece cuidados específicos de conservação e de enquadramento com o meio envolvente. Não é destruindo o passado e a história que se constrói um futuro com memória!
Os lugares, as pessoas, as casas e as regiões têm um espírito, sempre feito de diferenças e de complementaridades. Temos de compreender o espírito dos lugares e transformar essa compreensão num modo de enriquecimento cultural a partir do diálogo produtivo entre o que herdamos e o que criamos de novo, o que nos conduz inevitavelmente à noção da diversidade como um factor de unidade e não de fragmentação. O investimento no futuro tem de ter como suporte uma “moeda” forte com duas faces distintas, e às vezes aparentemente antagónicas, mas que se completam e se potenciam mutuamente... sempre: passado e presente! Não podemos apagar do amanhã o que o passado nos legou. Só é possível projectarmo-nos hoje no futuro se o fizermos de forma articulada e positiva, inserindo-nos na alma e na história de cada Lugar sem violar o seu carácter!!!
Estas considerações não contraditam o espírito do “Masterplan”. São apenas suscitadas pelo temor de que a sua letra não seja respeitada naquilo que mais directamente afecta as pessoas anónimas, o povo! Voltarei em breve a falar das Pontes, do Cais do Areinho, da Encosta e da Escarpa da Serra do Pilar. Será então o momento de falar mais detalhadamente das Pontes Luís I e D.Maria, mas também das Pontes da Arrábida, do Infante, de S.João e do Freixo, da memória das Pontes das Barcas e Pênsil… e das outras “pontes” que urge fazer entre o passado e o presente, de olhos postos num futuro que se centre no que é de facto importante em todos os momentos de cada época: as pessoas!, vivam elas em grandes mansardas ou em casas humildes, em avenidas novas ou em velhas ruelas, junto ao Cais do Areinho, na Encosta ou na Escarpa da Serra do Pilar…
Regresso hoje ao “Masterplan” para me reportar pela primeira vez à sua quinta Unidade Operativa de Reabilitação (UOR), que se focaliza na Escosta e na Escarpa da Serra do Pilar e na frente ribeirinha situada entre a Ponte Luís I e o Cais do Areinho, onde se pode ler: (frente ribeirinha) «a riqueza natural e paisagística, a par do património e do edificado devoluto em condições de ser reabilitado, conferem a esta zona um forte potencial em termos de desenvolvimento turístico, pressupondo contudo a melhoria das acessibilidades e requalificação do espaço público»; (encosta da escarpa da Serra do Pilar) «zona bastante declivosa ocupada por caves do Vinho do Porto desocupadas e por unidades de habitação de génese ilegal (…) Devido à forte presença do Convento, esta zona deverá assumir-se como espaço de enquadramento».
Que eu saiba, até ao momento, no que diz respeito à frente ribeirinha a que se refere a quinta UOR do “Marterplan”, a Câmara Municipal ainda só teve imaginação e capacidade suficientes para anunciar a construção de um Parque de Estacionamento!... Ao mais disse… nada! Nem uma palavra sequer sobre as pontes, por exemplo. A Ponte das Barcas e a Ponte Pênsil são riqueza histórica simbólica que continua à espera que um qualquer vereador da Cultura (do Património e do Turismo…) com dois “dedos de testa” se dê conta das enormes vantagens de um “programa” que recupere, revitalize, projecte a sua memória, em conjugação com o elevado património “material” que representa a Ponte Luís I, ali ao lado, tão só e desprotegida, enquanto mais alguns metros atrás apodrece no esquecimento dos autarcas das duas margens do Douro uma verdadeira jóia da engenharia: A Ponte D.Maria!....
No que concerne à Encosta e à Escarpa da Serra do Pilar, as brilhantes cabeças que ocupam os cadeirões dos gabinetes de decisão da Autarquia gaiense optaram por nomear uma Comissão Técnica de Avaliação e Acompanhamento para a Requalificação daquela zona. Será mais um estudo a juntar a um outro elaborado há cerca de dez anos, onde se afirma claramente a necessidade de se proceder ao «arranjo paisagístico da Escarpa, à consolidação dos elementos naturais, à criação de espaços de lazer e de serviços públicos, à rectificação do traçado e perfil dos arruamentos existentes, à regularização do quadro edificado e à dotação de infra-estruturas convenientes à salubrização da zona». Enquanto se procedem a mais estudos e avaliações, ficamos na expectativa de que as suas conclusões e os trabalhos subsequentes ainda venham a tempo de salvar a Serra do Pilar e as vidas das pessoas que se expõem diariamente aos perigos de mais enxurradas e deslizamentos de terras na Encosta e na Escarpa!!!
A propósito das pessoas, e antes que a Autarquia faça tábua rasa do respeito pela dignidade humana e da salvaguarda dos direitos adquiridos pelos cidadãos que vivem na Encosta e na Escarpa da Serra, levando por diante a ameaça de demolir o parque habitacional ali existente, com o argumento de que “as casas são ilegais!”, gostaria de recordar que a nosssa memória cultural não é apenas constituída por Monumentos e Paisagens. As pessoas, as comunidades, são bens patrimoniais que acrescentam real valor aos Lugares! Há apenas que consolidar o que já existe de bom em cada Lugar e melhorar, requalificar, o que merece cuidados específicos de conservação e de enquadramento com o meio envolvente. Não é destruindo o passado e a história que se constrói um futuro com memória!
Os lugares, as pessoas, as casas e as regiões têm um espírito, sempre feito de diferenças e de complementaridades. Temos de compreender o espírito dos lugares e transformar essa compreensão num modo de enriquecimento cultural a partir do diálogo produtivo entre o que herdamos e o que criamos de novo, o que nos conduz inevitavelmente à noção da diversidade como um factor de unidade e não de fragmentação. O investimento no futuro tem de ter como suporte uma “moeda” forte com duas faces distintas, e às vezes aparentemente antagónicas, mas que se completam e se potenciam mutuamente... sempre: passado e presente! Não podemos apagar do amanhã o que o passado nos legou. Só é possível projectarmo-nos hoje no futuro se o fizermos de forma articulada e positiva, inserindo-nos na alma e na história de cada Lugar sem violar o seu carácter!!!
Estas considerações não contraditam o espírito do “Masterplan”. São apenas suscitadas pelo temor de que a sua letra não seja respeitada naquilo que mais directamente afecta as pessoas anónimas, o povo! Voltarei em breve a falar das Pontes, do Cais do Areinho, da Encosta e da Escarpa da Serra do Pilar. Será então o momento de falar mais detalhadamente das Pontes Luís I e D.Maria, mas também das Pontes da Arrábida, do Infante, de S.João e do Freixo, da memória das Pontes das Barcas e Pênsil… e das outras “pontes” que urge fazer entre o passado e o presente, de olhos postos num futuro que se centre no que é de facto importante em todos os momentos de cada época: as pessoas!, vivam elas em grandes mansardas ou em casas humildes, em avenidas novas ou em velhas ruelas, junto ao Cais do Areinho, na Encosta ou na Escarpa da Serra do Pilar…
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