Wednesday, April 04, 2007

CENTRO HISTÓRICO DE GAIA: DE PROJECTO EM PROJECTO… ATÉ À CAMPANHA ELEITORAL!!! (PARTE XI)

salvadorpereirasantos@hotmail.com

Chegam novos sinais que parecem confirmar os meus receios de que o Centro Histórico se transforme a muito breve prazo num gigantesco empreendimento comercial apenas ao alcance da classe média alta e do grande capital, constituído por condomínios fechados, hoteis de charme, restaurantes de luxo e lojas de “marca”, sem acautelar a preservação do seu carácter e desvirtuando a sua história, desvalorizando a importância do envolvimento da população residente no seu desenvolvimento e diminuindo o impacto das Caves do Vinho do Porto no meio ambiente, pondo em causa o sucesso da sua (mais uma vez adiada...) candidatura a Património Mundial da UNESCO.

De acordo com um despacho da Agência Lusa, o Grupo CS, liderado pelo empresário Carlos Saraiva, vai investir 30 milhões de euros na reconversão dos antigos armazéns vinícolas Gran Cruz num condomínio habitacional fechado com 160 fogos, a inaugurar em 2009. Segundo a Lusa, o líder daquele Grupo financeiro explicou que as fachadas dos armazéns serão recuperados e albergarão ainda uma área comercial com 12 a 14 lojas. Paralelamente a este investimento, o empresário Carlos Saraiva “ameaça” ainda construir, no Centro Histórico de Gaia, um Hotel com capacidade para cerca de 100 quartos (!!!), que terá o nome de CS Oporto.

Diz o “Masterplan”: «A definição de novos usos para espaços desactivados anteriormente ocupados por linhas de engarrafamento e armazenamento do Vinho do Porto, permitirá defender e preservar o património existente» (sic). E eu repito-me: Não é com projectos destes que transformamos o potencial cultural e natural do Centro Histórico de Gaia. Temos de incentivar o investimento privado na região, sim, mas tendo sempre em conta um conceito de desenvolvimento sustentável assente em três princípios fundamentais: a sustentabilidade ecológica, que releva o valor do que está a ser explorado e a importância do equilibrio ambiental; a sustentabilidade sócio-cultural, que gera benefícios para a comunidade e mantém a identidade do local; e a sustentabilidade económica, que promove a conservação dos recursos naturais, valorizando-os económica e financeiramente!!!

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