SANTA MARINHA, MEU AMOR

Sunday, November 30, 2008

A URBANIZAÇÃO SOCIAL MIRADOURO VAI SER FINALMENTE CONSTRUÍDA?!...

salvadorpereirasantos@hotmail.com

Anunciada publicamente por três vezes e adiada por outras tantas vezes, a construção da Urbanização Miradouro parece que vai finalmente avançar. Na passada quarta-feira, Luís Filipe Menezes convocou a Comunicação Social para a cerimónia de lançamento da primeira pedra daquele complexo habitacional, a erigir na rua General Torres. Na ocasião, o autarca voltou a referir que o empreendimento consagra cerca de meia centena de apartamentos sociais, para além de um pequeno mercado “popular” e de um parque de estacionamento com capacidade para 45 viaturas. No afã de lograr novos encómios ao seu auto-propalado espírito empreendedor e dinâmico, Menezes enfatizou que aquela obra representa um investimento de dois milhões e meio de euros, esquecendo-se pela enésima vez de dizer que o Instituto Nacional de Habitação garante o financiamento a fundo perdido de cerca de 50% do custo da empreitada.

Mas não ficaram por aqui as omissões do presidente da Câmara de Gaia. Faltou-lhe informar, por exemplo, que a Urbanização Social Miradouro consta da lista de projectos candidatos ao QREN, o que equivale a dizer que o investimento da autarquia neste empreendimento será de zero euros! Luís Filipe Menezes parece ainda ter-se esquecido de que o prazo de execução da obra ascende a 375 dias, conforme consta do seu caderno de encargos, o que equivale a dizer que mentiu ao dizer agora que a construção da Urbanização estará concluída em Junho próximo (ano de eleições, recorde-se...). Outro lapso de memória levou Menezes a colocar também em causa o que disse há dois anos. Nessa altura, o autarca afirmou que as casas destinar-se-iam a moradores do Centro Histórico a viver em condições degradantes, e agora diz que aquelas habitações serão entregues a famílias de Santa Marinha que foram por si deslocadas para outros locais.

Reposta a verdade destes factos, que ilustram o carácter (ou a memória?...) do homem que governa Vila Nova de Gaia de olhos permanentemente fixos noutros horizontes políticos e partidários, desejo acreditar que a construção da Urbanização Social Miradouro seja de facto uma realidade a muito breve prazo. É-me indiferente que a despesa seja suportada pelo Governo da República e por fundos de apoio comunitários, assim como me é pouco relevante que as casas sejam ocupadas por cidadãos que moram em condições infra-humanas nas velhas ilhas terceiro-mundistas e nos prédios degradados que inundam o Centro Histórico ou por algumas das largas centenas de pessoas que foram forçadas a deixar a beira-rio para locais onde se sentem profundamente desenraizadas, desde que os “escolhidos” sejam de facto os socialmente mais carenciados. Para mim, o que é realmente importante é que a obra se faça!

Devo confessar, porém, que, ao ouvir o vice-presidente da autarquia dizer que se perspectiva o inicio da construção de outros dois empreendimentos de habitação social naquela zona para Fevereiro de 2009, começo a temer que tudo não passe afinal de mais um triste episódio do delirante Programa de Propaganda da Câmara de Gaia para convencer os menos atentos da bondade das políticas urbanísticas e sociais engendradas para o Centro Histórico. Na verdade, a autarquia não está minimamente preocupada com a melhoria da qualidade de vida e da condição social dos habitantes da zona. Basta ver o estado lastimável em que se encontram os edifícios de propriedade camarária e o lamentável abandono a que se tem votado a gente que habita na beira-rio profunda para que isso se perceba. Mas, apesar de tudo, eu quero acreditar que os senhores que ocupam os gabinetes da avenida da República ainda tenham algum pudor…

Thursday, November 13, 2008

OS HABITANTES DE SANTA MARINHA TÊM MAIS UMA FACTURA PARA PAGAR EM BREVE

salvadorpereirasantos@hotmail.com

Estacionar sem pagar nas duas maiores freguesias do coração de Gaia vai ser tarefa quase impossível, a partir de 2009. Mafamude e Santa Marinha vão ficar cobertas com mais 396 parcómetros, que se espalharão por 124 ruas, criando mais 1664 novos lugares pagos na via pública. Ou seja, os moradores daquelas artérias vão ficar sujeitos a uma pesada factura pelo estacionamento dos seus carros, uma vez que só gozarão de isenção nos períodos compreendidos entre as 12h00 e as 14h00 e entre as 20h00 e as 09h00. Fora destas janelas horárias, o consórcio das sociedades ESLI e ESMA, que vão gerir o estacionamento nesta parte do centro urbano da cidade durante vinte (!) anos, não terão contemplações: pagamento ou reboque!

Paralelamente a esta decisão de enxamear a cidade de parcómetros, o executivo de Luís Filipe Menezes decidiu concessionar a construção e exploração de mais quatro novos parques de estacionamento no miolo urbano, com capacidade para acolher 690 veículos. Ou seja, num momento em que a esmagadora maioria dos países do espaço europeu procura restringir o tráfego de viaturas no centro das grandes urbes, de forma a contrariar o aumento da já elevada contaminação do ar, a Câmara Municipal de Gaia incentiva o cidadão “não-residente” a levar o automóvel para o centro da cidade e “obriga” o morador das artérias “parcómetradas” a deslocar-se para o emprego no seu carro, em detrimento da desejável utilização dos transportes públicos.

Acresce que não são apenas os cidadãos em idade activa, moradores naquelas ruas em prédios que não possuem garagem (o que acontece com boa parte dos habitantes do centro da cidade), que se vêem impelidos a sair com os seus veículos no período diurno (para evitar o pagamento de estacionamento). Os residentes aposentados, que utilizam praticamente apenas os seus automóveis para pequenos passeios de fim-de-semana com a família, são também confrontados com a obrigatoriedade de sair com o carro todos os dias às "9 em ponto” para não pagarem a factura de morarem no miolo urbano, onde os níveis de dióxido de carbono registados aconselhariam a adopção de medidas contrárias às que são agora implementadas pelo Município.

Esta “política de parcómetros e parques de estacionamento” que a Câmara decidiu implementar é orientada por uma lógica puramente economicista e absurdamente desenquadrada dos nossos tempos. O Município cede o direito de superfície de quatro propriedades e “vende” o espaço público, que é de todos nós, para que uns quantos privados façam do estacionamento e parqueamento automóvel uma fonte de receita invejável que reverte a favor dos próprios, a troco de uma renda anual. Esta renda pode ser muito interessante para os cofres da Câmara, mas nunca pagará os elevados prejuízos resultantes do aumento da poluição sonora e atmosférica que ajudará a degradar ainda mais a qualidade ambiental do centro da cidade!

Friday, November 07, 2008

NÃO FOI A CÂMARA DE GAIA QUE COLOCOU O HOSPITAL DE SANTOS SILVA NA ROTA DO METRO!!!

salvadorpereirasantos@hotmail.com

Eu já sabia que Luís Filipe Menezes e os seus parceiros de governação em Gaia são hábeis em reverter para si próprios a autoria de obras alheias, nomeadamente as que são realizadas sob a égide do Governo, tanto as que são suportadas directamente por verbas do Orçamento de Estado, como as que são pagas por dinheiros oriundos de fundos comunitários. Mas agora percebi que não é apenas a paternidade das obras que eles usurpam. Até as ideias e os projectos vampirizam, chamando para si a autoria de realidades a que são alheios. É o caso da extensão do Metro até ao Hospital de Santos Silva (e a Vila D’Este), que “os senhores de Gaia” se esqueceram de inscrever no Memorando de Entendimento, assinado há não muito tempo entre o Governo e a Junta Metropolitana do Porto, e agora reclamam como “coisa sua”.

No articulado daquele documento não havia qualquer referência à expansão do Metro em Gaia para além de Laborim. Foi o próprio Governo da República que tomou a iniciativa de incluir o Hospital de Santos Silva na rede do Metro, colmatando assim um estranho e indesculpável “lapso” dos presidentes de Câmara da Área Metropolitana do Porto, nomeadamente do autarca de Gaia! A esta decisão do titular da pasta dos Transportes do executivo de José Sócrates não terá sido alheia a chamada de atenção do Partido Socialista de Gaia para a importância estratégica e alcance social do prolongamento da Linha Amarela do Metro até à Urbanização de Vila D’ Este, servindo o futuro Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, a construir durante os próximos cinco anos nas imediações do velho Hospital.

Depois de um intolerável “ataque de amnésia”, que quase comprometeu a inclusão do Hospital de Gaia e de Vila D’ Este na segunda fase de obras da rede do Metro, a Câmara Municipal de Gaia vem agora hipocritamente gritar que «faz todo o sentido que o Metro, que já serve outros hospitais da região, como os hospitais de Pedro Hispano e de S. João, também sirva o Hospital de Gaia». A autarquia não disse nada de novo: este argumento já tinha sido utilizado por outros e em tempo devido. Luís Filipe Menezes e os seus parceiros de executivo autárquico acordaram tarde para o problema e desataram aos gritos, com medo de perderem a “carruagem” da expansão do Metro em Gaia até Vilar de Andorinho! E, convencidos de que quem grita mais é quem merece mais crédito, berraram um chorrilho de mentiras.

É mentira, por exemplo, que alguma vez, em sede da Junta Metropolitana do Porto ou do Conselho de Administração da Metro do Porto, de cujo órgão faz parte o inefável Marco António Costa, qualquer membro do executivo da Câmara Municipal de Gaia tenha levantado a voz para reclamar um centímetro que fosse de expansão da rede do Metro em Gaia, para além de Laborim. Era aqui que Luís Filipe Menezes pretendia instalar um há muito prometido interface de transportes públicos e privados, com área comercial, hotel e outras valências. Talvez por essa razão não lhe conviesse levar o Metro mais longe, quem sabe? Ele sabia que se houvesse uma estação do Metro junto ao Hospital de Santos Silva seria difícil defender a construção de um interface noutro local, que não exactamente o Monte da Virgem.

De pouco vale o vice de Menezes vir agora invadir as páginas dos jornais de Gaia com artigos de opinião, ou colocar-se em bicos de pés nos mais diversos fóruns, defendendo a postura da Câmara neste processo e reclamando uma maior celeridade na extensão do Metro até Vila D’Este. Já todos percebemos que a Câmara esteve mal! Menezes e Marco António falharam por falta de visão estratégica e ignoraram uma vez mais os interesses da população do concelho no que ao Metro diz respeito. Aliás, esta situação arrasta-se há onze anos! Desde o primeiro mandato do actual presidente da Câmara de Gaia que o Metro não cresce no nosso concelho. O que existe em Gaia foi obra do antigo presidente da Junta Metropolitana do Porto Fernando Gomes. Herança essa que Menezes jocosamente sempre criticou!

Provavelmente convencidos de que os munícipes são tão esquecidos quanto eles, os governantes de Gaia vêm agora acrescentar que «era de enorme importância que o Metro fosse até ao hospital e, a partir daí, penetrasse em túnel até Oliveira do Douro para servir a zona nascente do concelho». Como já se percebeu, eles estão a atirar-nos “poeira para os olhos”. Mas nós não nos deixaremos enganar mais uma vez. Eu, por mim, já estou farto dos frequentes atropelos à verdade do executivo de Menezes para camuflar os seus falhanços políticos. E neste caso do Metro, não tenho quaisquer dúvidas: sempre que olhar o Monte da Virgem, através da janela de minha casa, em Santa Marinha, lembrar-me-ei que não foi a Câmara Municipal de Gaia que colocou o Hospital de Santos Silva na rota do Metro!!!

Sunday, November 02, 2008

PARA ACABAR DE VEZ COM AS DÚVIDAS: EU DEFENDO O CONDICIONAMENTO DE TRÂNSITO NO CENTRO HISTÓRICO, MAS…

salvadorpereirasantos@hotmail.com

Para que não pairem quaisquer dúvidas sobre a coerência das minhas opiniões, urge clarificar o que penso relativamente ao condicionamento de trânsito no Centro Histórico de Gaia. A minha posição não se alterou em nada a este propósito. Defendo a interdição de trânsito na avenida Diogo Leite e no miolo da beira-rio, no perímetro compreendido entre a rua General Torres e a rua Serpa Pinto, excepto a todos os lá vivem ou trabalham ou a quem exerça cargos directivos nas instituições sociais, desportivas e culturais ali sedeadas. Mais ainda: os familiares dos habitantes seniores e os antigos moradores também deviam poder circular livremente nas áreas condicionadas, situação que se devia igualmente aplicar a todos os utentes de serviços sociais e de saúde e aos pais dos alunos de escolas da zona intervencionada.

A livre circulação deveria estender-se às viaturas de emergência e aos transportes públicos. No que respeita ao uso de “mecos” e de sistemas de vigilância, ele devia ser simplesmente abolido. Quanto a novos parques de estacionamento, estes deviam ser criados apenas nas imediações das ruas General Torres e Serpa Pinto, artérias que passariam a ter dois sentidos de trânsito. Os habitantes do Centro Histórico deviam ter parqueamento gratuito, de forma a dissuadi-los de entrar na área condicionada, o mesmo sucedendo com empresários e cidadãos associados das agremiações da zona. Enquanto isto, seria necessário reabilitar os imóveis degradados e ao abandono, fomentar a criação de espaços de oferta cultural e turística, promover e incentivar o comércio local, recuperar e dignificar o património histórico.

É isto que eu defendo, para melhorar as condições de vida no Centro Histórico de Gaia, aumentar a sua atractividade e diminuir os impactos negativos provocados no meio ambiente resultantes da crescente poluição sonora e atmosférica. Tudo isto porque, ao contrário do que alguns pensam e do que outros querem por força convencer-nos, a sobrevivência do comércio, a vitalidade das indústrias e a qualidade de vida dos cidadãos não depende do automóvel. O futuro está exactamente no lado oposto, na eficiência global do transporte público, numa maior criação de artérias destinadas exclusivamente a peões, no incremento de novas ciclovias, no crescente condicionamento da circulação de veículos particulares nos grandes centros urbanos. Em suma: na diminuição da contaminação do ar!