Friday, November 07, 2008

NÃO FOI A CÂMARA DE GAIA QUE COLOCOU O HOSPITAL DE SANTOS SILVA NA ROTA DO METRO!!!

salvadorpereirasantos@hotmail.com

Eu já sabia que Luís Filipe Menezes e os seus parceiros de governação em Gaia são hábeis em reverter para si próprios a autoria de obras alheias, nomeadamente as que são realizadas sob a égide do Governo, tanto as que são suportadas directamente por verbas do Orçamento de Estado, como as que são pagas por dinheiros oriundos de fundos comunitários. Mas agora percebi que não é apenas a paternidade das obras que eles usurpam. Até as ideias e os projectos vampirizam, chamando para si a autoria de realidades a que são alheios. É o caso da extensão do Metro até ao Hospital de Santos Silva (e a Vila D’Este), que “os senhores de Gaia” se esqueceram de inscrever no Memorando de Entendimento, assinado há não muito tempo entre o Governo e a Junta Metropolitana do Porto, e agora reclamam como “coisa sua”.

No articulado daquele documento não havia qualquer referência à expansão do Metro em Gaia para além de Laborim. Foi o próprio Governo da República que tomou a iniciativa de incluir o Hospital de Santos Silva na rede do Metro, colmatando assim um estranho e indesculpável “lapso” dos presidentes de Câmara da Área Metropolitana do Porto, nomeadamente do autarca de Gaia! A esta decisão do titular da pasta dos Transportes do executivo de José Sócrates não terá sido alheia a chamada de atenção do Partido Socialista de Gaia para a importância estratégica e alcance social do prolongamento da Linha Amarela do Metro até à Urbanização de Vila D’ Este, servindo o futuro Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, a construir durante os próximos cinco anos nas imediações do velho Hospital.

Depois de um intolerável “ataque de amnésia”, que quase comprometeu a inclusão do Hospital de Gaia e de Vila D’ Este na segunda fase de obras da rede do Metro, a Câmara Municipal de Gaia vem agora hipocritamente gritar que «faz todo o sentido que o Metro, que já serve outros hospitais da região, como os hospitais de Pedro Hispano e de S. João, também sirva o Hospital de Gaia». A autarquia não disse nada de novo: este argumento já tinha sido utilizado por outros e em tempo devido. Luís Filipe Menezes e os seus parceiros de executivo autárquico acordaram tarde para o problema e desataram aos gritos, com medo de perderem a “carruagem” da expansão do Metro em Gaia até Vilar de Andorinho! E, convencidos de que quem grita mais é quem merece mais crédito, berraram um chorrilho de mentiras.

É mentira, por exemplo, que alguma vez, em sede da Junta Metropolitana do Porto ou do Conselho de Administração da Metro do Porto, de cujo órgão faz parte o inefável Marco António Costa, qualquer membro do executivo da Câmara Municipal de Gaia tenha levantado a voz para reclamar um centímetro que fosse de expansão da rede do Metro em Gaia, para além de Laborim. Era aqui que Luís Filipe Menezes pretendia instalar um há muito prometido interface de transportes públicos e privados, com área comercial, hotel e outras valências. Talvez por essa razão não lhe conviesse levar o Metro mais longe, quem sabe? Ele sabia que se houvesse uma estação do Metro junto ao Hospital de Santos Silva seria difícil defender a construção de um interface noutro local, que não exactamente o Monte da Virgem.

De pouco vale o vice de Menezes vir agora invadir as páginas dos jornais de Gaia com artigos de opinião, ou colocar-se em bicos de pés nos mais diversos fóruns, defendendo a postura da Câmara neste processo e reclamando uma maior celeridade na extensão do Metro até Vila D’Este. Já todos percebemos que a Câmara esteve mal! Menezes e Marco António falharam por falta de visão estratégica e ignoraram uma vez mais os interesses da população do concelho no que ao Metro diz respeito. Aliás, esta situação arrasta-se há onze anos! Desde o primeiro mandato do actual presidente da Câmara de Gaia que o Metro não cresce no nosso concelho. O que existe em Gaia foi obra do antigo presidente da Junta Metropolitana do Porto Fernando Gomes. Herança essa que Menezes jocosamente sempre criticou!

Provavelmente convencidos de que os munícipes são tão esquecidos quanto eles, os governantes de Gaia vêm agora acrescentar que «era de enorme importância que o Metro fosse até ao hospital e, a partir daí, penetrasse em túnel até Oliveira do Douro para servir a zona nascente do concelho». Como já se percebeu, eles estão a atirar-nos “poeira para os olhos”. Mas nós não nos deixaremos enganar mais uma vez. Eu, por mim, já estou farto dos frequentes atropelos à verdade do executivo de Menezes para camuflar os seus falhanços políticos. E neste caso do Metro, não tenho quaisquer dúvidas: sempre que olhar o Monte da Virgem, através da janela de minha casa, em Santa Marinha, lembrar-me-ei que não foi a Câmara Municipal de Gaia que colocou o Hospital de Santos Silva na rota do Metro!!!

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