Saturday, September 20, 2008

ESCRITA EM DIA (1) – OS SILÊNCIOS DE UM PRESIDENTE DE JUNTA

salvadorpereirasantos@hotmail.com

O regresso ao trabalho após as férias é sempre muito complicado. O serviço acumulado na pasta “dos pendentes” é normalmente imenso e requer despacho urgente. Foi o que aconteceu mais uma vez, este ano. Estive cerca de duas semanas praticamente apenas ocupado com assuntos “passados” ou de mera gestão corrente e só agora deito mãos a projectos futuros. Todo este “paleio” serve apenas para justificar a minha ausência de um mês, sossegando, assim, quem chegou a temer que algo de grave tivesse determinado o meu silêncio. Felizmente, está tudo bem. Volto hoje com a promessa de continuar por aqui, semana após semana, a comentar os acontecimentos que vão marcando a actualidade na freguesia de Santa Marinha. Para já, começo por colocar a escrita em dia, com assuntos que foram notícia na segunda quinzena de Agosto.

Teleférico faz deslocar mais gente de Santa Marinha
O Centro Histórico vai perdendo cada vez mais gente. Agora, devido à instalação do famigerado teleférico que vai ligar o Jardim do Morro ao Cais de Gaia, deixaram Santa Marinha 25 dos seus moradores! O processo de deslocação destas pessoas foi subitamente acelerado devido a um incêndio de causas ainda desconhecidas, que deflagrou num edifício devoluto da calçada da Serra. Estes cidadãos já tinham, aliás, recebido carta datada de 1 de Agosto, onde a Câmara Municipal os avisava da necessidade da expropriação «para utilidade pública com carácter urgente» das parcelas de terreno onde se situam os prédios onde viviam. Em resultado desta lamentável situação, são mais 25 os cidadãos que engrossam o número de deslocados de Santa Marinha… em Vila D’ Este! E a isto o presidente da Junta de Freguesia nada disse…

Câmara nega alojamento a seis famílias da Escarpa da Serra
No âmbito dos trabalhos de consolidação do maciço rochoso da escarpa da Serra do Pilar, o Governo Civil do Porto decidiu desocupar seis casas da rua do Cabo Simão e interditar ao trânsito aquela artéria, durante algumas semanas. Esta decisão determinou o desalojamento (temporário!) de seis famílias. Contactada pela Segurança Social, a Câmara de Gaia mostrou-se indisponível para alojar aqueles cidadãos por… falta de habitações disponíveis. E eu sei, como toda a gente sabe, que não é verdade. São muitas as casas que a autarquia mantém devolutas em diversos lugares do concelho. Mas sei também que se a decisão fosse o desalojamento com carácter definitivo daqueles cidadãos, como há muito deseja o executivo de Menezes, a resposta teria sido outra! E a isto o presidente da Junta de Santa Marinha também nada disse…

Casas abandonadas são viveiros de ratos em Santa Marinha
Um casal de idosos, residente na rua Heliodoro Salgado, vive em desespero. Os ratos invadiram a casa, passeando-se por debaixo da mesa das refeições e por entre as ratoeiras espalhadas pelos quartos! Mas não se pense que se está perante uma situação de desleixo e de falta de cuidados de higiene do casal. Não, os roedores abundam porque existem nas imediações inúmeros prédios devolutos, que se transformaram em poiso de gente sem abrigo e de toxicodependentes, onde o lixo se amontoa e o cheiro nauseabundo se faz sentir, sem que a Câmara tome providências. Aliás, a Gaia Social ao ser questionada sobre esta questão reconheceu as dificuldades do casal, mas… lembrou que «certas questões legais não podem ser ultrapassadas» e que «o melhor seria colocar a casa à venda». Exemplar!... E o presidente da Junta de Freguesia cala-se…

Urbanização social Miradouro continua a ser uma miragem
A urbanização social Miradouro tarda em ser uma realidade. Não sei que desculpas a Câmara invocará agora para explicar o atraso das obras, passados que são doze meses desde o anúncio do arranque da construção daquele empreendimento previsto para um terreno devoluto na rua General Torres que forma gaveto com a rua Guedes de Amorim. Primeiro falou-se em erros detectados num projecto de especialidade. Voz amiga garante-me que aquela situação foi resolvida em menos de um mês e que as razões do atraso se prendem com o facto da Câmara ter demorado oito meses (!!!) a apreciar as propostas das várias empresas concorrentes. Soube-se entretanto que o concurso foi ganho pela Construções San José, que aguarda ainda “luz verde” da autarquia para arrancar com as obras. E o presidente da Junta de Freguesia continua calado!...

2 Comments:

Blogger Unknown said...

A unica vez que eese Sr que chamam de presidente de junta quebrou o silencio foi pelo ridiculo de ter convocado os fregueses para discutir os rescaldo do evento da red bul.Sao tantos os problemas que afligem no dia a dia a populaçao do centro histórico, que mereciam ser amplamente discutidos mas que esse sr ignora porque concerteza iriam criar atritos entre ele o presidente de camara. En relaçao aos constantes adiamentos da obras do bairo social ou por mim jamais deveria ser realizadas,~construir um bairro numa zona qu etem dezenas e dezenas de casas devolutas é ridiculo...Será que os acontecimentos de violencia entre gangues sistematicamnete originarios de bairros sociais não deveriam servir de exemplo??? criar um bairro é criar zonas de exclusão, porque não lutar por um verdadeiro plano de restauro das habitações devolutas???? um abraço

7:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

Antonio Guedes de Amorim, Premio Cervantes do Pen Clube do Brasil, 1964

5:31 AM  

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