Saturday, December 20, 2008

A PONTE MARIA PIA VAI SER FINALMENTE RECUPERADA… E RECONVERTIDA EM TRAVESSIA PEDONAL

salvadorpereirasantos@hotmail.com

É sempre agradável receber boas notícias, mas elas têm um significado especial quando são há muito desejadas. É o caso da anunciada reabilitação da velhinha Ponte Maria Pia, que vem morrendo lentamente por incúria dos homens desde que a travessia ferroviária entre Gaia e o Porto se passou a fazer pela ponte S. João. Muitos têm sido os projectos propostos para a reconversão da ponte concebida por Gustave Eiffel, desde que ela foi desactivada, há 17 anos, encontrando-se até aos dias de hoje sem qualquer utilidade funcional. As duas ideias que conquistaram mais simpatias consubstanciavam-se na recuperação da sua vocação ferroviária com a criação de um comboio turístico que ligasse as duas margens do rio ou, em alternativa, na sua transformação numa pista ciclo-pedonal. Esta última proposta foi a que reuniu mais consenso.

Mais de 10 anos depois da desactivação da Ponte, em inícios de 2003, o actual presidente da Câmara de Marco de Canaveses, Manuel Moreira, então Governador Civil do Porto, conseguiu sentar à mesma mesa alguns representantes da REFER e autarcas de Gaia e do Porto, visando a materialização do projecto de criação da unanimemente (?) desejada travessia ciclo-pedonal. Os resultados da reunião foram extremamente positivos, fazendo prever que a obra avançaria a muito breve trecho. Mas a articulação com os municípios viria a ser prejudicada com as alterações que entretanto se verificaram na vereação dos executivos autárquicos nas duas margens do Douro. Em Gaia, Jorge Queirós substituiu Poças Martins na condução do dossier, enquanto que, no Porto, Paulo Morais tomou o lugar de Ricardo Figueiredo.

Considerando que estava em causa uma obra de enorme interesse para as duas cidades, e uma vez que a REFER fazia depender o seu envolvimento no projecto de uma articulação entre as autarquias do Porto e de Gaia, que garantisse a reconversão das escarpas do Douro nas duas margens e o arranjo paisagístico da área, o ex-Governador Civil do Distrito do Porto envidou todos os esforços no sentido de alcançar esse desiderato, o que conseguiu após duas intensas reuniões trilaterais. Como corolário desse trabalho, as Câmaras do Porto e de Gaia obrigaram-se, nos termos de um protocolo então celebrado, a estabelecer o prolongamento de corredores ciclo-pedonais nas duas margens, e a REFER comprometeu-se a proceder à desafectação dos terrenos quando estivessem totalmente definidos esses corredores.

Não sei o que fez a Câmara de Rui Rio, desde então, mas nada aconteceu na margem direita do Douro, pelo menos que seja visível. No que respeita à margem esquerda, apenas sei que foram muitas as promessas feitas pelo executivo de Luís Filipe Menezes e que todas elas estão por concretizar. Algumas foram ensaiadas, mas felizmente não avançaram. Eram propostas surrealistas no plano financeiro e perigosas em termos de impacto social – surrealistas, porque seriam apenas realizáveis num ciclo económico favorável e no quadro de uma Câmara financeiramente saudável, o que não é o caso; perigosas, porque previam a demolição, em vez da elaboração de um estudo tendente à recuperação e regularização, de um considerável aglomerado de habitações rotuladas de clandestinas, onde vivem largas dezenas de agregados familiares.

Mas eis que a REFER se metamorfoseou de Pai Natal e anunciou que vai avançar finalmente, no início do ano, com a recuperação da Ponte Maria Pia, transformando-a numa passagem pedonal entre as cidades do Porto e Gaia. Não sei o que pensa Rui Rio sobre o assunto, mas Menezes não perdeu tempo. O autarca de Gaia afirmou que tenciona valorizar a entrada sul da ponte, com a construção de um restaurante panorâmico e um pequeno parque de lazer, instalando um museu (Edgar Cardoso) dedicado às pontes no antigo laboratório da Ponte S. João. Tudo promessas velhas e esquecidas no tempo! Só espero que elas não nos obriguem a reviver a ameaça de despejo e demolição das casas existentes na encosta da Serra do Pilar, invocando-se agora razões de… interesse público. Prometo que vou ficar atento…

Nota de rodapé: o concidadão gaiense Zé da Costa tem razão quando diz, no comentário ao meu último post, que o grupo parlamentar do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia de Santa Marinha não votou favoravelmente a proposta de cedência de superfície das instalações da antiga Escola da Régia. É verdade. O PS absteve-se (sublinhe-se: não votou contra!!!). Peço desculpa pelo lapso. Quando “ao destino que o PS queria dar àquele espaço”, recordo: o Partido Socialista de Santa Marinha defendia (em 2005!...) a sua transformação numa Delegação da Junta e num Pólo de Animação destinado principalmente à Juventude, constituído por uma Biblioteca e por um Centro de Informática e Multimédia, vocação tão nobre quanto aquela que lhe está agora destinada para futuro próximo.

1 Comments:

Blogger asguima said...

...mais uma vez sou tentado a escrever neste blog... dizer que não estou de acordo com a forma negativa que o autor deste blog se refere ao trabalho deste executivo da JUNTA DE FReGUESIA era estar a mentir pois a nulidade das ideias dos projectos dos "dejás vu"" é evidente, eu apenas me interessa o que é feito para a beira rio para p chamado nucleo central do centro histórico, porque é o sitio onde vivo onde nasci e onde convivo socialmente e por esta vivência por esta proximidade tenho moral para a acusar este executivo de nulidade , com ele perdeu-se uma grande ocasião para beira rio e o centro histórico darem o salto positivo no aspecto social desportivo e huumano. mas devido á total inercia em relaçao a muitas atitudes que nos prejudicaram nunca sou be sair em defesa dos moradores bem pelo contrário...para calar esses srºs costas e mais alguns qu estão sempre a dizer que a obra feita da camara esta bem patente,muitos de nós moradores sabemos dessa obra temos memória para saber que o investimento privado e comunitário foi grande e sempre com a influencia do PRESIDENTE DA CAMARA coisa que outros n fizeram ...mas meus srºs e o resto o crescimento finaceiro da populaçao e o emprego e o ensino e as infra estruturas desportivas e o apoio á juventude e á terceira idade e a habitação tudo factores que se tivessem acompanhado o ritmo desse investimentos estruturais aí sim ninguém tinha o direito de criticar por criticar...pensem bem srºs da politica pensem e depois escrevam

12:37 PM  

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