Saturday, August 04, 2007

AS FESTAS DE SANTA MARINHA VÃO DE MAL A PIOR

salvadorpereirasantos@hotmail.com

As Festas em honra da padroeira da freguesia de Santa Marinha correram mal ao presidente da Junta pelo segundo ano consecutivo. Em 2006, Joaquim Leite começou por se envolver numa inexplicável discussão em público com o pároco do Candal e acabou por levar um valente “puxão de orelhas” do vice-presidente da Câmara Municipal por este ter considerado que o evento havia transformado a marginal junto ao Cais num arraial popular sem a dignidade exegível para o local, o que jamais poderia tolerar. Por essa razão, Marco António Costa delegou este ano a coordenação dos festejos na Gaianima, a quem coube satisfazer parte do seu financiamento e definir o modelo de organização, o que irritou “solenemente” o presidente Joaquim Leite. Resultado: a Junta de Freguesia auto-excluiu-se das Festas de Santa Marinha.

Este desfecho não me surpreendeu, porque conheço o autismo, a prepotência e o autoritarismo de Joaquim Leite e a sua total incapacidade para sanar conflitos e gerar consensos. Isso revela-se, aliás, no quotidiano da Junta, que ele “governa” como se fosse “coisa” sua, rejeitando liminarmente qualquer reparo ou critica, enjeitando responsabilidades ao ser confrontado com erros ou omissões do orgão a que preside, negando as evidências quando elas o colocam em causa, ignorando invariavelmente todas as opiniões que divirgam das suas... E este enunciado de comportamentos reveladores do seu carácter não se aplica apenas nas relações com os representantes das forças políticas opositoras. É já claro o conflito que o opõe à presidente da Assembleia de Freguesia, eleita pela coligação que sustenta o executivo da Junta!...

Surpreendente foi a forma como a Gaianima perdeu uma excelente oportunidade de dar corpo a um evento que aliásse a tradição à modernidade, o popular ao cosmopolita e o religioso ao profano, que alavancasse as Festas para uma dimensão capaz de as transformar a curto prazo num verdadeiro ex-libris do Centro Histórico de Gaia. A lenda de Santa Marinha tem um inestimável potencial turístico ainda por explorar! O que terá faltado, então? Criatividade?! Empenho?! Profissionalismo?!... Faltou tudo isso e muito mais! Faltou até José Guilherme Aguiar ou alguém em sua representação que se dignasse acompanhar a Procissão. E acabaram por faltar também os andores de São Gonçalo, de Nossa Senhora da Piedade e de Santa Teresinha, por não haver quem suportasse os custos da sua ornamentação e os transportasse...

Faltou realmente quase tudo nas Festas deste ano. Até o povo! Comparativamente aos anos anteriores, os festejos foram muito pouco concorridos. É natural. Não se viu em algum lado um “banner” ou qualquer outro suporte promocional da sua realização. Nada. Nem no site da Junta! O executivo liderado por Joaquim Leite, que costuma ser pouco contido na compra de espaço publicitário na imprensa local, limitou-se a afixar um Edital no Edifício da Junta onde se demarcava da organização das Festas. Com esta atitude demissionista, que não passou de mais uma birra irresponsável do seu presidente, a Junta fechou as portas a uma desejável cooperação estratégica com a Câmara, visando um salto qualitativo das Festas de Santa Marinha, e abriu caminho a que a Gaianima fizesse destas o que muito bem lhe aprouvesse.

E o que fez a Gaianima? Muito pouco, quase nada! Dedicou apenas um dia à padroeira. Deixou que a Comissão de Fábrica da Igreja de Santa Marinha realizasse a Procissão absolutamente à sua vontade, obrigando os fiéis a subir a rua Cândido dos Reis de andores às costas, como se de verdadeira penitência se tratasse. Permitiu a instalação na marginal de três “pobres” carrosséis, um desconchavado pavilhão de bilhares e matraquilhos, algumas toscas barraquinhas de farturas e pipocas... (de quem serão as orelhas que Marco António Costa vai puxar este ano?). Trouxe até ao Cais uma Fernanda de Sousa (perdão, Ágata...) em fim de carreira, com as suas cantigas de “amores mal resolvidos”, para entreter o povo. E... nada mais! Tudo isto com a cumplicidade demissionista e irresponsável da Junta de Freguesia.

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