Monday, October 22, 2007

ENTRE AS INÚMERAS PROMESSAS REPETIDAS ATÉ À EXAUSTÃO, ONDE PÁRA A ANUNCIADA NOVA PONTE PEDONAL ENTRE AS RIBEIRAS DE GAIA E DO PORTO?...

salvadorpereirasantos.@hotmail.com

A máquina de propaganda política da Câmara Municipal de Gaia é verdadeiramente devastadora. Não há semana que os órgãos de comunicação social não façam eco de “novas” promessas da autarquia, algumas já largamente publicitadas meses antes, como se elas se tornassem realidade só porque se anunciam vezes sem conta. Na passada semana, as páginas dos jornais da região voltaram a referir as obras que a Câmara diz propor-se realizar no âmbito do processo de reabilitação do Centro Histórico: unidades hoteleiras de luxo, um pólo de ensino superior público, habitação social, um centro cultural, um grande auditório, um núcleo de arqueologia no Castelo de Gaia, um museu vivo do barco rabelo, um centro de convenções, etc… etc… etc…

Esqueceram-se de incluir naquele extenso rol a construção da ponte pedonal anunciada em Março de 2006 pelo vereador das Obras Municipais de Gaia. Fico na dúvida se terá sido por omissão involuntária dos jornais ou se a Câmara já deixou cair a promessa, como tem feito noutros domínios ao longo dos mandatos de Filipe Menezes!... Se bem se recordam, a autarquia prometeu nessa altura a construção de uma ligação entre as duas ribeiras de Gaia e do Porto sobre o Douro, da autoria do engenheiro Adão da Fonseca, tendo o vereador Firmino Pereira garantido que seria celebrado no mês seguinte um protocolo entre as Câmaras de Gaia e do Porto com vista à viabilização daquela infra-estrutura, considerada de elevada importância turística, social e económica.

Os encargos com a encomenda do estudo prévio da futura (?) ponte pedonal, que ascenderam a 100 mil euros, foram integralmente suportados pela Câmara de Gaia, mas Firmino Pereira afiançou que as duas autarquias envolvidas suportariam cada uma delas 50% do custo da sua construção, orçada em 10,5 milhões de euros, um valor que considerou insignificante face à utilidade da ponte. O vereador não hesitou mesmo em dizer que aquela obra representava um marco histórico para os dois municípios. Até aqui tudo bem. Mas… e o protocolo com a Câmara do Porto, onde está? Quando foi ele assinado e por quem? Ninguém sabe. Ou melhor, rezam as crónicas que o autarca da margem norte fez um grande manguito aos seus parceiros do lado de cá da ponte D. Luís!...

Um desfecho destes, verdadeiramente digno da pior ópera bufa dos palcos da política autárquica mais rasca, para além de revelar uma absoluta falta de rigor e de seriedade na condução de todo o processo, denota um profundo desrespeito pelos cidadãos das duas cidades e uma tremenda desconsideração pelo magnífico trabalho desenvolvido por Adão da Fonseca. Gaia e Porto precisam, na verdade, de uma nova travessia pedonal à cota baixa sobre o Douro, que privilegie o binómio acessibilidade-atractividade, assente numa visão estratégica de desenvolvimento metropolitano nas áreas da economia e do turismo. Mas, com autarcas que só se entendem em fogos de artifício e corridas de aviões, temo que a nova ponte não passe de mais um promessa adiada para as calendas!...

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