Friday, September 28, 2007

O JARDIM DO MORRO E O BAIRRO JOÃO FELIX – ABANDONO E DESLEIXO…

salvadorpereirasantos@hotmail.com

«O Jardim do Morro é um dos lugares mais emblemáticos da freguesia de Santa Marinha e da cidade de Gaia, frequentemente visitado por inúmeros turistas, que lá se deslocam sobretudo com o propósito de apreciar as magnificas vistas que dali se alcançam, e está transformado numa autêntica lixeira. Aquele espaço de excelência está completamente ao abandono, assim como o vizinho Bairro João Félix, cujas ruas se apresentam degradadas, os passeios a precisar de reparação, as árvores por podar, os canteiros por cuidar, etc. etc». Foi mais ou menos isto que ouvi numa das primeiras intervenções do período de antes da ordem do dia, na reunião da Assembleia de Freguesia de Santa Marinha realizada no passado dia 26. E sabem quem o disse? O líder do grupo parlamentar do PSD. Curioso, não é?!

É verdade. O senhor deputado tem razão. O Jardim do Morro está irreconhecível, sujo, desprezado, sem que se vislumbrem quaisquer programas que visem a sua reanimação ou políticas dissuasoras dos actos de vandalismo de que é alvo. O lago que em tempos encantou a pequenada, agora, em vez conter água e peixes, está repleto de entulho e dejectos. E o que faz o executivo da Junta? Nada. Santa Marinha precisa de um presidente que se inquiete, se manifeste, se revolte perante a incompetência que impera na Câmara e reclame a recuperação da dignidade do Jardim do Morro e da sua centralidade na vida dos cidadãos. É indispensável que aquele espaço funcione como verdadeiro ponto de encontro e de convívio, apoiado por bons equipamentos e mobiliário urbano que permitam diferentes utilizações por crianças e adultos.

Quanto ao Bairro João Félix nem sei como classificar o estado a que chegou. O que posso dizer é que, mais uma vez, o senhor deputado do PSD tem razão: «Existe um profundo desleixo dos responsáveis pelo Departamento de Saúde Pública e Ambiente da Câmara Municipal, a que acresce a falta de cuidado na utilização do espaço público por parte de alguma parcela da população ali residente». Pois… Mas acontece que, normalmente, as pessoas só respeitam o que se faz respeitar, só cuidam do que está cuidado, só prezam o que é prezado. Um espaço deixado ao “deus dará” atrai os ímpetos “demoníacos” dos mortais, assim como os ventos semeados só dão colheitas de tempestades!... E esta verdade “lapalissiana” tanto se aplica ao que passa no Jardim do Morro, como à realidade que se vive no Bairro João Félix.

Dirão os indefectíveis de Menezes: «O Jardim do Morro e o Bairro João Félix integram a área de reabilitação do Centro Histórico e em breve ficarão um brinquinho». Pois, sim, está bem. Ou será que este cenário de inqualificável abandono não reflecte apenas a tentativa de branquear a entrega da gestão do espaço público envolvente ao Jardim do Morro aos responsáveis pela exploração do Teleférico, justificando as vantagens daí decorrentes inclusive nos domínios da manutenção e conservação?! Será que, para além da concessão do estacionamento, também consta das atribuições daqueles a animação de toda a zona?! Espero que não. Caso contrário, seremos confrontados naquele espaço com a triste realidade com que nos debatemos no Cais. Para se fazer algo lá, num espaço público (premiado como tal!), temos que ter autorização dos senhores da empresa Cais de Gaia. É absurdo, ou não é?!...

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